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A escola em tempo de pandemia

Dr. Luís Gonçalves, Diretor do Departamento de Pediatria e Neonatologia

As dúvidas e a intranquilidade associadas ao ano letivo que há pouco se iniciou mantêm-se em vários domínios. Uma delas é como se justificam as ausências à escola por razões de isolamento profilático ou mesmo por doença COVID-19.

O pediatra Luís Gonçalves esclarece algumas das dúvidas que tem ouvido na consulta.

 

 

Sempre que existir febre, a criança deve ser testada à COVID-19?

A febre é um sinal comum a várias doenças e não exclusivamente da COVID-19, pelo que será sensato aguardar a evolução clínica. Se, em três dias, desaparecer a febre e não houver fonte de contágio conhecida ou cadeia de transmissão evidente, a criança pode regressar à escola. O médico deve ponderar fazer o teste em casos particulares: se os pais também estiverem doentes, com sintomas respiratórios, se a criança esteve em contacto com alguém que se suspeita que possa estar com COVID-19, ou se a febre e os sintomas, ao fim dos três dias, permanecerem, sem sinais de que seja outra doença qualquer, como uma otite, por exemplo.

Até receber o resultado do teste como deve a família comportar-se?

Toda a família deve efetivamente ficar em casa e evitar o contacto social, chamado isolamento voluntário, até ser conhecido o resultado do teste. 

Se for negativo, voltará à escola. E se for positivo? Isola-se dos irmãos?

Isola-se dos irmãos e toda a família fica de isolamento profilático.

Se o meu filho testar positivo, toda a família deve ser testada? E que cuidados devem ter os pais para cuidar de uma criança com COVID-19, mesmo que assintomática?

Toda a família é testada, porque são contactos próximos. Em relação aos cuidados, devem ser usadas medidas de isolamento domiciliário. Nomeadamente, a criança deve ficar num quarto sozinha (se tiver idade para tal, obviamente) e se sair do quarto deve usar máscara e cumprir o distanciamento. Se possível deverá ter um WC exclusivo, a limpeza do quarto deve ser efetuada com produtos adequados, o lixo separado, talheres, pratos e roupa de cama lavados a altas temperaturas, ensinar a lavagem frequente e correta das mãos e a etiqueta respiratória, o quarto deve estar preferencialmente com a porta fechada, arejado frequentemente e sem ar condicionado. Tentar que seja apenas uma pessoa da família a prestar os cuidados à criança.
A criança deve evitar contactos com pessoas vulneráveis (idosos, doentes crónicos, grávidas e imunodeprimidos).

As escolas pedem uma declaração médica para que a criança possa retornar à escola, depois de um episódio de febre. Mas nenhum médico passa uma declaração a dizer que o meu filho não tem COVID-19 sem fazer o teste. Isso implica ficar 14 dias em casa...
Se a criança estiver bem e assintomática pode voltar à escola, como sempre aconteceu, com o respetivo atestado a comprovar a ausência de doença infetocontagiosa. O médico só não poderá confirmar se a criança teve, ou não, COVID-19, sem a ter previamente testado para SARS-CoV-2.

Para ajudar os pais/educadores nesta questão dos atestados e declarações para a escola e/ou trabalho, apresento de seguida em resumo do que fazer:


Acerca da transmissão da Covid-19

Dra. Lígia Pires, Pneumologista, Intensivista e Responsável pelo Dep. de Medicina Hiperbárica 

Porque é que as gotículas patogénicas, dependendo da temperatura e humidade ambiental, podem atingir distâncias de 7-8 metros?

Quando espirramos emitimos dois tipos de gotículas: grandes e pequenas. As grandes depositam-se mais depressa do que se evaporam, enquanto as pequenas se evaporam mais rápido do que se depositam, constituindo uma nuvem no meio ambiente. Atualmente sabe-se que as pequenas gotículas ao transitarem de condições quentes e húmidas do sistema respiratório, para o ambiente exterior mais frio e seco, evaporam-se e passam ao estado gasoso, formando aerossóis.

Trabalhos recentes demonstraram que as exalações como a tosse e o espirro, produzem uma nuvem multifásica de gás turbulento que entra no ar ambiente e transporta aglomerados de gotículas. O interior da nuvem mantem-se quente mais tempo, permitindo que as gotículas escapem à evaporação durante um tempo mais prolongado, o que aumenta o seu tempo de vida e de contágio.

Devido ao ímpeto avançado da nuvem, as gotículas patogénicas são impulsionadas para muito mais longe, podendo percorrer 7-8 metros, dependendo da temperatura e humidade.

Quanto tempo os aerossóis de SARS-CoV 2 permanecem suspensos no ar?

Em média permanecem viáveis durante 30 min.

Os objetos (vias fómites) podem ser efetivamente uma fonte de transmissão?

Um fómite é qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos infeciosos de um indivíduo a outro, após contacto com aerossóis ou gotículas.

As superfícies lisas (não porosas) transmitem bactérias e vírus melhor do que os materiais porosos, pois estes absorvem e aprisionam o agente contagiante, tornando mais difícil contraí-lo através do toque.

Exemplos de fómites: sapatos contaminados, laringoscópios, teclado de computador, telemóvel, talheres, maçanetas, chão e paredes. 

Quais são as vias de transmissão do SARS-CoV 2?

Secreções respiratórias, fezes e também estão descritos casos de transmissão via sexual (sémen).

A carga viral é igual em todo o sistema respiratório?

A carga mais elevada da COVID-19 encontra-se na expetoração e nas secreções da via aérea superior. 


Lavar as mãos, salva vidas!

Sempre. Mas hoje mais do que nunca…

Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA)

Todos os anos, o dia 5 de maio - Dia Mundial da Higiene das Mãos - é comemorado pelo GCL-PPCIRA do Grupo HPA Saúde. Começámos com pequenas iniciativas locais, de sensibilização dos profissionais para a importância da higiene das mãos, onde se congratulava e premiava os serviços com maior adesão a esta prática e, mais recentemente, com iniciativas dirigidas à comunidade.

 

Contudo, este ano será diferente. O mundo está diferente. As nossas unidades estão diferentes. Todos nós estamos diferentes. Mas a importância da higienização das mãos na prevenção da infeção não mudou. Talvez tenha mudado a forma como todos nós encaramos a sua eficácia. Agora, olhamos para a higiene das mãos como uma ferramenta poderosa e verdadeiramente eficaz, na prevenção da transmissão cruzada. Olhamos como sempre devíamos ter olhado e, como esperamos não deixar de olhar.

Sabemos e sentimos quanta angústia e incerteza esta pandemia nos causou. Porém, reconhecemos também que nos trouxe algo que durante anos a Organização Mundial de Saúde, a Direção Geral da Saúde, os Grupos Coordenadores Regionais do PPCIRA, os Grupos Coordenadores Locais do PPCIRA, os agentes dinamizadores dos serviços tentaram, esforçaram-se, mas nunca conseguiram: a verdadeira consciencialização da importância da higiene das mãos. Hoje todos temos consciência de que LAVAR AS MÃOS, SALVA VIDAS!

Desde o início desta pandemia, passaram pelos nossos hospitais alguns pacientes com SARS-CoV-2 (COVID-19). Felizmente, não muitos. Acreditamos que todas as medidas adotadas pelos nossos profissionais, das quais salientamos a higiene das mãos, foram fulcrais para evitar aquela que poderia ter sido uma catástrofe nas nossas unidades: a transmissão para profissionais ou outros pacientes. A nossa taxa de infeção cruzada de SARS-CoV-2 é até ao momento nula, sendo que temos a certeza que para isso muito contribuiu a boa prática na higiene das mãos.

Estas são algumas das razões para que hoje não deixemos de salientar a importância desta medida, que sendo a mais simples e a mais económica, é também a mais eficaz, na prevenção e controlo da infeção.

 


Recomendações na hora de sair de casa

 

Nas últimas semanas tivemos de aprender a viver de forma diferente.
Uma forma que provavelmente permanecerá durante muito tempo.

Não descure as regras que lhe foram pedidas desde o primeiro dia: higienização frequente e adequada das mãos, etiqueta respiratória e distanciamento social.

Na altura de sair de casa, acrescente também estas que hoje lhe deixamos.

Faça desta aprendizagem uma oportunidade, pois todos contamos se todos cuidarmos.

 

 


Obrigatoriedade e adequação na utilização da máscara cirúrgica

 

A utilização de máscara cirúrgica nas unidades de saúde passou a ser obrigatória, para todos os que aí circulam. A DGS apela também para que pessoas com mais de 65 anos de idade, portadores de doenças crónicas e/ou estados de imunossupressão, devam usar máscaras cirúrgicas sempre que saiam de casa.
Dessa forma, é importante que conheça a sua eficácia e o modo como a deve utilizar.

Seja racional no seu consumo, seja prudente na sua utilização.
Saiba como proteger-se a si e aos outros.

 

 

Máscaras e proteção

As máscaras variam em função da barreira de proteção que exercem para o seu portador, mas também para os outros.

As máscaras cirúrgicas cobrem a boca e o nariz e funcionam como uma barreira para minimizar a transmissão direta dos agentes infeciosos entre o seu utilizador e os outros. A principal finalidade é proteger a saúde dos outros, embora também salvaguarde o próprio.

Os respiradores ou máscaras respiratórias (Filtering Face Piece, FFP) são equipamentos de proteção individual destinadas aos profissionais de saúde. De acordo com a percentagem de filtragem que conseguem efetivar, são classificadas vulgarmente em P1, P2 e P3 (FFP1, FFP2 e FFP3). Quanto mais elevado é o nº da sua identificação, maior a sua capacidade de filtragem.

As máscaras sociais disseminaram-se no contexto da atual pandemia, pois passaram a ser obrigatórias em contexto comunitário. São consideradas como um artigo têxtil, cuja composição deve assegurar no mínimo 70% de filtração. Os fabricantes deste tipo de máscara devem fornecer informação detalhada acerca da sua reutilização (lavagem, secagem, conservação e manutenção), bem como do número de utilizações possíveis.

Como deve utilizar a máscara cirúrgica 

  • Antes de colocar a máscara, higienize as mãos com água e sabão ou com solução à base de álcool.
  • Coloque a face branca virada para o rosto e a face de cor virada para o exterior.
  • Cubra a boca e o nariz com a máscara e verifique que não existem espaços entre o rosto e a máscara, sobretudo ao nível do queixo.
  • A zona externa da máscara é considerada contaminada. Sempre que durante a sua utilização tocar nessa zona, higienize de imediato as mãos.
  • Deve substituir a máscara assim que estiver húmida; as máscaras de uso único não são para reutilizar.
  • Para remover a máscara utilize as tiras de suporte ou elásticos; descarte-a imediatamente num recipiente adequado (contentor de resíduos) e higienize as mãos com água e sabão ou solução à base de álcool. Nunca retire a máscara tocando-a de frente.
  • NUNCA USAR A MÁSCARA PENDURADA NO PESCOÇO. NUNCA A PUXE PARA FALAR. NUNCA A POUSE EM MESAS OU BANCADAS.

Independentemente de qual máscara se pode ou deve utilizar, esta será sempre uma medida complementar às restantes medidas preventivas e cruciais no combate à transmissão: higiene meticulosa das mãos (40-60 seg. com água e sabão ou 20-30 seg. com solução alcoólica); etiqueta respiratória (cobertura da boca e do nariz com um lenço de papel ao tossir, ou fazê-lo para o antebraço) e distanciamento social.

 


Orientações nutricionais em tempos de covid-19

Dr.ª Soraia Santos

 

No momento de pandemia e confinamento que atravessamos, é importante manter a prática de uma alimentação variada e equilibrada, rica em fibras e vitaminas, essencialmente vitamina C e E, e em alguns minerais como o zinco e o selénio, que ajudam no fortalecimento do sistema imunitário. 

 

 

Ver receitas


Existem alguns alimentos que contribuem para a melhoria da imunidade, tais como os iogurtes, que apresentam uma ação probiótica através da presença de bactérias que ajudam a regular a flora intestinal, a cebola e o alho que atuam como agentes anti-inflamatórios, o gengibre e os cogumelos, mais especificamente o cogumelo shitake, pelas propriedades benéficas que possuem.

É uma altura que inevitavelmente há um gasto energético inferior ao habitual e, naturalmente o combate ao sedentarismo e o aumento de peso tornam-se uma tarefa difícil. É recomendado, aliado a uma alimentação saudável, manter uma boa prática de exercício físico, optar por fazer semanalmente aulas de ginástica em casa e/ou fazer caminhadas ou corrida ao ar livre.

Não esquecer que um bom aporte hídrico é fundamental para todo o funcionamento do organismo, sendo aconselhado no mínimo o consumo de 1,5L de água por dia, sob a forma natural, águas aromatizadas, chás ou infusões de ervas sem açúcar.

Do ponto de vista do planeamento e compra de alimentos, sobretudo de legumes e vegetais, deve dar preferência aos produtos congelados que apresentam uma maior durabilidade, mas ao mesmo tempo, privilegiar os produtos frescos e preferir a fruta da época, como a laranja, o limão, o kiwi, o ananás e os frutos vermelhos.

 Devem aproveitar estes momentos que estão mais tempo em casa com as crianças, para convidá-las a participar na elaboração de algumas receitas saudáveis, como por exemplo gelados de iogurte natural ou gelatinas com fruta natural. Incutindo de igual forma uma maior ingestão de hortícolas e usando a imaginação nas formas da sua apresentação, pode ralar, cortar às rodelas, em cubos ou fazer um “esparguete” de legumes.

Em nota final, saliento que não é altura para dietas muito restritivas, devemos sim equilibrar a alimentação e fazer uma boa manutenção do peso, o que já é ótimo!

Receitas saudáveis

  • Sopa de agrião sem batata
  • Caldo de legumes light
  • Bifinhos de frango crocantes com puré de couve-flor
  • Pataniscas de curgete e cenoura ralada com ovo escalfado
  • Medalhões de pescada com coentros e brócolos a vapor
  • Salada de alface, camarão cozido e abacate
  • Salada de quinoa com feijão azuki e couve kale
  • Mini muffins com tomate, espinafres e cogumelos shitake
  • Gelatina sem açúcar com fruta natural em pedaços
  • Gelado de iogurte natural com fruta fresca
  • Maçãs reinetas assadas no forno com canela
  • Panquecas de aveia e mirtilos e infusão de hibisco

Dicas de sumos e chás para a aumentar a imunidade

  • Chá de curcuma, gengibre, limão e pau de canela
  • Sumo natural de beterraba, laranja, cenoura e espinafres
  • Sumo de maçã, folhas de couve, salsa, limão e linhaça moída (1 c. de sopa)
  • Infusões variadas a gosto à base de folhas de eucalipto, tomilho, alecrim, poejo, anis estrelado

Testes para diagnosticar a Covid-19

Qualquer teste de diagnóstico deve possuir qualidade elevada no que respeita à especificidade (capacidade de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença, ou seja, não originar falsos positivos) e sensibilidade (capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não possuem a doença, ou seja, não originar falsos negativos) e, preferencialmente deve ser também rápido e acessível. 

 

 


O teste mais comummente utilizado para o diagnóstico da infeção pela COVID-19 é o realizado através de zaragatoa nasofaríngea, para a deteção do RNA (genoma) do vírus por RT-PCR.

Este teste tem uma elevada especificidade, ou seja, os resultados não originam falsos positivos. Contudo, para a sensibilidade verifica-se que pode atingir 30% de falsos negativos. Para eliminar esta possibilidade é aconselhável que se efetue mais do que uma colheita, em dias diferentes. Apesar disso, o RT-PCR é o teste com maior fidedignidade e considerado o “padrão ouro”, sendo sempre recomendado para o diagnóstico da COVID-19 em pacientes sintomáticos. 

 

A análise da RT-PCR exige tecnologia diferenciada e dispendiosa, razão porque estão a ser desenvolvidos testes rápidos de deteção de antigénios da COVID-19

O teste rápido antigénio não deteta anticorpos adquiridos e sim a presença do vírus naquele momento. Estes testes só conseguem maior rigor quando a carga viral é elevada, o que acontece, dentro de 1 a 5 dias após o início dos primeiros sintomas. É recolhido através de zaragatoa e o seu resultado pode ser dado até 2Horas.

É expectável que a percentagem de falsos negativos destes testes possa ser ainda mais elevada. No entanto, também permitirá tratar precocemente os indivíduos com o teste positivo.

 

Paralelamente ao teste da RT-PCR e dos testes de antigénios, existem os testes que detetam os anticorpos IgM e IgG contra a COVID-19, através da técnica ELISA (do inglês Enzyme Linked ImmunonoSorbent Assay, baseia-se em reações antigénio-anticorpo detetáveis por meio de enzimas), sendo mais baratos e acessíveis em comparação com a RT-PCR. Há, contudo, uma desvantagem nos testes dos anticorpos; numa fase inicial da infeção dão resultados negativos. Fisiologicamente a explicação reside no facto de que nos primeiros dias do indivíduo ser infetado, é o seu sistema inato que é solicitado a atuar, sendo que só dias mais tarde o sistema adaptativo é ativado, incluindo as células B, responsáveis por produzirem os anticorpos específicos contra a COVID-19.

Os testes IgG e IgM são adequados sobretudo quando os testes da PCR dão resultado negativo, mas a pessoa apresenta sintomas iniciais de pneumonia ou persistentes por mais de 10 dias.

 


Gerir os resíduos potencialmente contaminados 

(Fonte: DGS, 2020)

Com a presença potencial e iminente do novo Coronavírus, todos os cuidados devem ser redobrados no que respeita às medidas de higiene, onde se incluem as relativas à gestão dos resíduos.

 

Segundo a DGS, os resíduos como lenços, restos de comida ou outro lixo doméstico, produzidos por uma pessoa em quarentena ou isolamento, devem ser tratados com especial cuidado, bem como aqueles produzidos pelos outros coabitantes:

 

 

  • No quarto/sala em que se encontra a pessoa em quarentena ou isolamento, deve ser disponibilizado um contentor de lixo com tampa e abertura de pedal, sendo-lhe ainda introduzido um saco de plástico. Só e exclusivamente aí, devem ser colocados os resíduos produzidos.
  • Nunca calcar os resíduos, nem apertar o saco para fazer sair o ar.
  • O saco só deve ficar preenchido até 2/3, encerrando-se posteriormente com dois nós bem apertados, um atilho ou adesivo.
  • Esse saco deve seguidamente ser colocado dentro de um segundo saco, cujo encerramento seguirá as mesmas regas.
  • Para evitar o risco de contaminação, os procedimentos do manuseamento e fecho dos sacos, deve ser realizado com luvas, preferencialmente de uso único.
  • Retire as luvas enrolando-as de dentro para fora, ou seja, sem nunca tocar no exterior que esteve em contacto com os sacos. Faça um embrulho com elas e coloque-as no saco de resíduos. Termine lavando as mãos com água e sabão durante pelo menos 20 segundos.
  • Por fim, coloque os sacos no contentor coletivo de resíduos indiferenciados, tendo o cuidado que os mesmos não tocaram a roupa ou o corpo.
  • Estes resíduos não devem ser separados para reciclagem, nem colocados no ecoponto.
  • Lavar sempre as mãos durante pelo menos 20 segundos, após o manuseamento dos sacos e dos contentores de resíduos.
  • Todos contentores de resíduos da habitação devem ser lavados e desinfetados: i) lavar primeiro com água e sabão; ii) aplicar lixívia na proporção de 1 medida de lixívia para 9 de água; iii) deixar atuar durante 10 minutos e iv) enxaguar com água quente, deixando secar ao ar. Este procedimento deve ser realizado preferencialmente com luvas.
  • Os resíduos produzidos pelos coabitantes da pessoa em quarentena ou isolamento, devem ser seguir os mesmos procedimentos, mas colocados noutro contentor de resíduos.

 

MAIS DO QUE NUNCA É IMPORTANTE SABER GERIR OS RESÍDUOS. 


Planear a despensa alimentar em tempo de isolamento social

(Fonte: DGS, 2020)

O isolamento preventivo ou profilático exige um maior planeamento na aquisição de bens alimentares, uma vez que as idas ao supermercado devem ser restringidas.

 

Dessa forma, todos devemos seguir duas recomendações: assegurar que estão supridas as necessidades em termos de equilíbrio alimentar e efetuar compras responsáveis, ou seja, nas quantidades adequadas e sem exageros, por forma a não provocar rotura de stocks nos supermercados.

 

Outros conselhos incluem:

  • Elaborar uma lista de compras, devendo antes verificar o que tem e pensar no que necessita, em função das refeições que planeia realizar;
  • Optar por alimentos de maior durabilidade;
  • Escolher alimentos de elevado valor nutricional ao invés de alimentos com elevada densidade energética;
  • Não esquecer a compra de produtos frescos – hortícolas e frutas – em quantidade adequada e de maior durabilidade;
  • Os hortícolas com maior durabilidade incluem: cenoura, cebola, courgette, abóbora, brócolos, couve-flor, feijão verde. Considerar a aquisição de produtos hortícolas congela­dos (mediante da capacidade do congelador);
  • A fruta com maior durabilidade são a maçã, a pera, a laranja e a tangerina;
  • Por fim, respeitar os comportamentos de minimização de contágio: manusear exclusivamente os produtos que vai comprar; cumprir a distância de segurança (no mínimo 1 metro); não tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos; higienizar adequadamente as mãos antes e depois da ida às compras, adotar as medidas de etiqueta respiratória (não usar as mãos ao tossir ou espirrar, usar um lenço de papel ou o antebraço).

 

O kit alimentar para 14 dias deverá incluir os seguintes alimentos e quantidades:

1. CEREAIS E DERIVADOS, TUBÉRCULOS
1.1 Alimentos para refeição do pequeno-almoço e merendas

ALIMENTOS QUANTIDADE POR PESSOA PARA 14 DIAS*
 
Cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo Cornflakes, muesli ou aveia) (apenas cereais) OU 1Kg
Cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo Cornflakes, muesli ou aveia) + bolacha Maria/água e sal + Tostas 500g + 300g + 200g                                                    

OU
 

Pão + cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo Cornflakes, muesli ou aveia) 700g + 500g                                        

 

1.2 Alimentos para refeições principais

Arroz, massa ou batata 3Kg         


2. HORTÍCOLAS

Hortícolas (legumes, hortaliças...)                                    2,5Kg                               


3. FRUTA

Fruta                                      3Kg               

4. LACTICÍNIOS

ALIMENTOS QUANTIDADE POR PESSOA PARA 14 DIAS*
 
Leite + Queijo (ex.: queijo tipo flamengo)                                                                   
OU
5L + 600g
Leite + Queijo (ex.: queijo tipo flamengo) + Iogurtes 3L + 600g + 14 iogurtes    

 

5. CARNE, PESCADO E OVOS

Carne, pescado e ovos                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     3kg (meia dúzia de ovos + 700g (ou 6 latas conservas de pescado + 2kg de carne ou pescado (congelado/fresco)

 

6. LEGUMINOSAS

Leguminosas (feijão, grão, ervilhas, lentilhas)                                                                                                                                1kg (leguminosas em conserva) ou 350g (leguminosas secas)

 

7. GORDURAS E ÓLEOS

Azeite                   350 ml

 

8. OUTROS ALIMENTOS

Café, tomate pelado, frutos oleaginosos, compota Não aplicável                

* Necessidades nutricionais médias diárias estimadas para a população portuguesa: 2000 kcal, 20% proteína, 50% hidratos de carbono e 30% lípidos. Ajustar as quantidades de acordo com o agregado familiar.


CONHEÇA A DIFERENÇA ENTRE QUARENTENA E ISOLAMENTO

A quarentena e o isolamento são ambas medidas de afastamento social, que protegem os indivíduos e as populações de uma epidemia.


Quarentena 

A quarentena é utilizada em indivíduos que se supõe serem saudáveis, mas que possam ter contactado com um doente confirmadamente infetado. Em caso de quarentena esteja atento aos sintomas. Deve registá-los, nomeadamente medindo a temperatura duas vezes ao dia.

As regras de prevenção mantêm-se: além do afastamento social, cumprir a etiqueta respiratória e a lavagem frequente das mãos.


Isolamento 

O isolamento é a medida utilizada para indivíduos doentes, para que através desse isolamento não contagiem outras pessoas. Veja como se deve comportar um doente em isolamento no domicílio, bem com os restantes membros da casa partilhada. (link)

Tanto para a quarentena quanto para o isolamento, o indivíduo deve cumprir escrupulosamente o tempo que lhe foi indicado, mesmo que não tenha sintomas.



Medidas de isolamento domiciliário
 

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Evite levar o vírus para casa!
 

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COMO SURGEM OS NOVOS VÍRUS?

A saúde humana, a saúde animal e o estado dos ecossistemas estão intimamente ligados.

Sabemos atualmente que 70-80% das doenças infeciosas emergentes e mesmo as reemergentes são de origem zoonótica. Ou seja, podem ser transmitidas entre animais e humanos.

O crescimento populacional, as alterações climáticas, o aumento das comunidades urbanas, a banalização das viagens e as sucessivas migrações internacionais, aumentam o risco do aparecimento e a disseminação de agentes patogénicos respiratórios.

 

O novo coronavírus COVID-19 é o exemplo de um vírus emergente, pertencente a uma extensa família de vírus.

Os coronavírus provocam doenças de variada gravidade; doenças que vão de uma simples gripe, a condições mais graves, como a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS), ocorrida em 2012, ou a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2002.